Quais os principais indicadores para atingir o Sistema Lean e 4.0 e o que precisamos saber e fazer para uma perfeita coordenação com o PCPM?
Produzir e entregar na quantidade certa, no prazo certo, com qualidade e menor custo, são alguns dos requisitos do Sistema Lean e do 4.0.
Qualidade, respeito ao meio ambiente e às pessoas é responsabilidade de todos. Os menores custos se obtêm com a aplicação do Sistema Lean, fazendo com que as entregas sejam feitas nos prazos e quantidades corretas conforme solicitadas pelos clientes. Isto depende de uma boa programação e planejamento. Estas são algumas responsabilidades do PCPM.
Alguns dizem que o PCPM é o setor de maior planejamento em uma organização. Concordo em parte, mas devemos considerar que em outras atividades também existe muito planejamento, como nas áreas de vendas e marketing, logística, engenharia, operações, manutenção, pós-vendas etc. Sem falar no 4.0.
PRINCIPAIS ATIVIDADES DO PCPM
São, de uma linguagem mais simplificada, basicamente, traduzir e controlar as solicitações das vendas para as áreas operacionais, passando pelas análises de capacidade produtiva, dos estoques (inventários), dos abastecimentos, da intralogística, distribuição, atendimento dos repostos de pós-vendas, entre outros. Não são tarefas fáceis e realmente requerem muito conhecimento, informações e controles, quer sejam “horizontais”(entre os vários departamentos), quanto “verticais” (entre todos os níveis hierárquicos). Não é só receber os pedidos de vendas, obter os materiais e fazer a programação.
Tem que analisar os prazos das entregas e as quantidades, confrontar com os recursos necessários, inclusive operacionais, que vão desde a obtenção das matérias primas, as garantias de abastecimento, o correto armazenamento e enviar para as áreas produtivas nos corretos locais de utilização, nos momentos exatos das necessidades e na quantidade certa para não sobrar nem faltar materiais.
Deve também comparar com a capacidade produtiva e dos outros recursos necessários para a execução das solicitações. O PCPM capta as informações sobre os pedidos que tem a atender, na maioria das vezes através de um sistema CRM (CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT) e de gerenciamento tipo ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING), que as empresas utilizam para administrar o sistema financeiro, onde são lançadas as solicitações das áreas comerciais, sejam elas de produtos/serviços ou de repostos e comparar com os estoques e, se necessário, solicitar pedido de reposição para o setor de suprimentos com as datas e quantidades necessárias.
Sobre os sistemas de PCPM e abastecimentos mais comuns, comosupermercado de produção, abastecedor de produção (homem aranha – mizusumashi), com MRP (Release), MRPII, JIT, Kanban, JIT Sequenciado, JIT Pré Sequenciado, Heijunka. Heijunka Box etc., podem ser vistos nos nossos artigos já publicados:
- O Posicionamento Estratégico do PCPM no Sistema Lean;
- A Intralogística no Sistema Lean;
- O 4.0 e as Etapas do Sistema Lean;
- O PCPM na Gestão de Fornecedores.
Todo e qualquer sistema de indicadores de desempenho tem que ser de leitura simples e de boa visibilidade. Deve mostrar o que é mais importante e permitir acesso a detalhes conforme necessário.
Independentemente dos sistemas produtivos utilizados, o planejamento é necessário, mesmo com os mais automatizados como no 4.0, que tendo sistemas de automação mais intensos, requer abastecimentos nos postos de utilização com embalagens adequadas,perfeita disposição nos locais de uso e nas quantidades necessárias para evitar paralização das atividades, isto requer muitoconhecimento, comunicação e planejamento, o que é considerado nas empresas Lean.
O controle dos estoques, sistemas de armazenamento, da intralogística e dos inventários, têm a ver com os custos dos produtos, pois os inventários devem ser bem administrados, não podendo ter excessos e nem falta e armazenados conforme o melhor sistema de intralogística, evitando deterioração e obsolescência dos estoques. Deve, também, coordenar as alterações e variações das produções, conforme necessidade, na introdução de novos produtos e desativação de outros, lembrando, também, da necessidade de se prever abastecimento de pós-vendas. Coordena toda e qualquer alteração de engenharia, de manutenção, meio ambiente e dos meios produtivos.
A EMPRESA DE CLASSE MUNDIAL
Para sabermos como nossa empresa se encontra em relação aos níveis de Empresa de Classe Mundial e, portanto, utilizando as melhores práticas do Sistema Lean Manufacturing, o que nos levará com menos dificuldades ao Sistema 4.0 e, consequentemente aplicando com melhores resultados o PCPM, podemos fazer uma “avaliação” rápida sobre a situação em que nos encontramos através do preenchimento das seguintes tabelas.
São simples e mostram o nível aproximado da situação frente as necessidades do Sistema Lean com referência ao JIT, JIDOKA e NIVELAMENTOS DOS TRABALHOS, que são a base de Sistema Lean. Uma avaliação mais rigorosa e mais precisa, poderá ser feita com auxílio de outras tabelas e com maiores critérios e profundidade, que poderemos fazer, sob consulta e de forma presencial, inclusive identificando as melhores oportunidades de melhorias e forma de atuação para a Melhoria Contínua.
A importância de sabermos em que Nível Lean nossa empresa se encontra é para nos mostrar o quanto teremos que caminhar para atingir a Classe Mundial. Após esta fase fica menos complicado passar para o 4.0 que mandatoriamente tem que ser Lean. Neste caso, teremos que considerar o Custo X Benefício no 4.0.
Os quadros abaixo, mostram os resultados das avaliações confrontados como as Metas a serem alcançadas. As Metas podem variar conforme a maturação e evolução dos resultados, logicamente não se lançam metas muito ousadas no início do programa e estas devem crescer com o passar do tempo.
Vejam que muita coisa ainda necessita ser feita para atingir a Meta Estabelecida (neste caso 43 X 29,5) e, posteriormente, uma vez atingidas podemos estabelecer novas metas e desafios. Isto é Melhoria Contínua, a base para o Sistema Lean e o 4.0. Desejando maiores explicações sobre a tabela e como atingir o 4.0, por favor não hesite em nos contatar.
O MONITORAMENTO DOS FORNECEDORES
Os fornecedores são parte fundamental e integrante da cadeia dos sistemas produtivos. Têm que ser monitorados frequentemente para evitar “surpresas”, quer sejam no tocante a fornecimento, preços e outros assuntos que ocasionem eventuais solução de continuidade de abastecimento.
A aproximação com as fontes de suprimentos deve ser mandatória, permitindo a parceria real de relacionamento comercial. Os fatores mostrados no quadro acima, permitem maior aproximação e relacionamento entre as partes, facilitando o abastecimento contínuo e frequente, conforme necessário. Caso haja interesse, podemos passar maiores detalhes e informações sobre o processo de Monitoramento dos Fornecedores, é só nos contatar.
É uma simples tabela de indicadores que mostram a “saúde” do fornecedor no que se refere ao RH e Meio Ambiente, referências relacionadas aos setores Financeiro/Fiscal, Governança e Produtivo, conforme maiores detalhes no quadro mostrado.
A IMPORTÂNCIA DO PCP NO SISTEMA
Conforme comentado no início, o PCP tem a tarefa de Planejar e Controlar as atividades relacionadas ao suprimento, logística, operação, alterações de engenharia do suprimento de pós-vendas etc. Todos os planejamentos operacionais devem ser coordenados com o PCP que tem que ter postura firme e positiva.
Jairo Ramalho
Engenheiro Mecânico de Produção (FEI) pós-graduado pela FGV. Especialista em LEAN MANUFACTURING, com aperfeiçoamentos adquiridos nos Estados Unidos com a Shin-Gijutsu e TBM Consulting Group. Conduziu vários trabalhos de Lean Manufacturing em países da América do Norte e América Latina. Trabalhou como executivo na Chrysler do Brasil, VWCaminhões, Black&Decker, Grupo Ultra, IOSHPE- Maxion e TBM América Latina como consultor e Managing Director. Fundador e Diretor da Máxima Produtivismo e Diretor da Divisão de Logística e Transportes do Departamento de Infraestrutura da FIESP. Foi considerado Importante Autoridade Mundial e Lean Manufacturing no México.
