Com a assunção de um governo minimamente funcional, O Brasil agora tem a chance de restabelecer sua conexão com o mundo e pegar uma carona na globalização e no processo de adaptação à Industria 4.0, mas é ingenuidade achar que tratados internacionais produzam milagres econômicos.
O Brasil precisa reconectar-se ao mundo. Inerte em decorrentes de suas paralisantes mazelas internas, o país encontra-se desconectado das grandes tendências que hoje operam no cenário global.
Nosso melodrama político e a tragédia socioeconômica que dele se retroalimenta não apenas da agenda internacional, mas criaram também uma espécie de “cortina cronológica”, ou seja, o Brasil opera seu próprio e lento tempo enquanto o mundo segue em velocidade distinta.
Não aumentamos nossa participação no Xadrez Geopolítico
Nossa economia, que é de imenso potencial, permanece asfixiada por um modelo de baixa interação com o resto do mundo. A deterioração de nosso quadro econômico social limita a atratividade moral e pragmática com países de menor desenvolvimento relativo do governo esquerdista.
Se Deus for mesmo brasileiro como dizemos, diante o novo governo o Brasil terá sua conexão com o mundo restabelecida. E, quando isso ocorrer, as industrias provavelmente encontrará uma globalização que não esperou por elas.
Ou, ainda mais desafiador, as industrias irão se deparar com uma vertente da globalização ocidental seriamente fragmentada e outra liderada pela China e demais potências asiáticas a todo vapor, em total ritmo acelerado adaptados as tendências da Industria 4.0.
A importância das industrias brasileiras se adaptarem a Quarta Revolução Industrial
Hoje, o Brasil está traumatizado com a globalização e, negociações econômicas se dão num nível de abrangência, muito além de comércio e investimentos, que honestamente, nas industrias brasileiras não estão equipadas para enfrentar.
O presente cenário global carrega o potencial de uma inédia e bizarra contradição. Desde que o processo de inovação se tornou motor da prosperidade, possibilitando o irromper de sucessivas revoluções industriais em torno das máquinas, do modo fordista de produção em série como aprendemos, para todo um novo processo de softwares integrados a Internet das Coisas (IoT), da computação para acesso as informações na nuvem e da economia compartilhada.
Quando nos adaptarmos as tendências da Industria 4.0 perceberemos que ficou bem mais difícil nos integrar a fraturada Economia Global
Numa grande síntese, o que se afirma é que as nações se tornam mais prósperas não quando evitam, mas quando combinam seus diferenciais competitivos de forma a se adaptar exitosamente a globalização.
Partindo desse sentido, o Brasil, uma das economias mais fechadas do planeta, tem muito a aprender e a fazer para integrar-nos a Industria 4.0 de fato.
As industrias brasileiras estão na contramão dessas tendências mais insularizantes que se percebem mesmo em outras industrias mundiais identificadas como defesa do livre comércio, como é o caso das industrias norte americanas, asiáticas e europeias.
Na política brasileira estamos encerrando um ciclo populista-protecionista. Neste caso a quarta revolução industrial e o processo de globalização será muito bem-vindo! Isso pode converter-se uma grande vantagem comparativa em termos de negociações comerciais de caráter bi e plurilateral, mas para isso é necessário nos adaptarmos a essa tendência.
Nossa crença por soluções mágicas e milagrosas estaria se deslocando dos Ícones Multilateralismo e Diplomacia Mercosul para o Plurilateralismo ascendente
Dado o malogro de nossas apostas internacionais e o esfriamento do mercado interno, nossos dilemas se resolveriam pela adesão a uma dessas novas geometrias de comércio e investimento que se estão delineando pelo mundo ao nosso redor.
Dito isso, é óbvio que as industrias brasileiras ganhariam se aderissem a modalidades de comércio mais livre com os Estados Unidos e a Europa. No limite em que estamos, é melhor as industrias possuírem um Plano de Negócio para uma estratégia de expensão e atração de investimentos diretos, sem acordos comerciais com os governos, do que sinceramente contar com eles.
Inovação e Produtividade através da Internet das Coisas (IoT)
Além da estrutura interna, relaciono aqui 4 pontos cruciais que devem compor um Planejamento Estratégico das industrias brasileiras, mesmo que ainda não proliferem os acordos Plurilaterais e a eventual participação das industrias brasileiras neles:
- Marketing Industrial B2B;
- Marketing de Conteúdo junto as Ações de Social Media através de todas as redes sociais e aplicativos do segmento;
- Inbound Marketing para vendas por atração;
- Marketing Digital.
Na inserção global do Brasil, não há o que substituir uma forma messiânica por outra. Mais vale construir, o que seria inédito para as indústrias nacionais, um Planejamento Estratégico não para um mundo como gostaríamos, mas como o mundo realmente é.
No limite, a nossa história aponta que se moldar a globalização e a Industria 4.0 e delas tirarmos proveito será a grande riqueza para as nossas industrias.
É o imperativo de uma nova estratégia de crescimento!