Atualmente vivemos a quarta revolução industrial – Indústria 4.0 – que é um conceito pelo diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. De acordo com ele e outros teóricos da área essa fase irá transformar de sobremaneira a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.
O que vivenciamos, então, é uma enorme mudança de paradigma e não apenas uma simples etapa de desenvolvimento tecnológico. Schwab afirma que “A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior)”.
Enquanto a terceira revolução industrial (revolução informacional) trouxe eletrônicos, tecnologia da informação e de telecomunicações, a Indústria 4.0 utiliza estas tecnologias como base e tende a ser totalmente automatizada. Sua fundação parte de sistemas que combinam máquinas com processos digitais. É a chamada “fábrica inteligente”.
Essa quarta mudança traz a automatização total das fábricas em sua onda e isso acontece em uma velocidade sem precedentes na história. O movimento da Indústria 4.0 vem abarcando praticamente todas as indústrias de todos os países do mundo.
A automatização da indústria vem acontecendo por meio de tecnologias ciberfísicas e processos digitais como Inteligência Artificial (IA), Robótica, Blockchain, Computação em Nuvem, Big Data e Internet das Coisas (IoT). Através delas, empresas podem criar redes inteligentes que podem controlar elas mesmas.
Mas será que todas as empresas estão preparadas para esse novo momento? Uma empresa totalmente off-line é capaz de fazer parte da Indústria 4.0? A resposta é simples: terão que fazer parte disso, pois se não se transformarem em digital estão fadadas a sumirem do mapa.
Como transformar uma empresa off-line em uma empresa digital adaptada à quarta revolução?
A transformação digital nas empresas deve vir da alta gestão, em um processo denominado top down. Ou seja, o empresário deve assumir a posição de líder e incentivar sua equipe a pensar de forma digital.
De acordo com Silvio Meira, Chief Imagination Officer, da MuchMore.digital no seu estudo denominado “Sinais do futuro imediato”, estratégia, cultura e liderança são as grandes forças do movimento:
“As lideranças, a partir do topo e levando em conta as interfaces e interações entre tecnologia e negócio, têm que desenvolver uma estratégia de transformação digital para o longo prazo, com ações no curto e médio prazos e mudar, ao mesmo tempo, a cultura do negócio de analógico para digital, em rede e em tempo real, reforçando a necessidade de colaboração e aceitação de risco por todos, em conjunto, e cada um em particular.”
A inovação (e a transformação digital) não é fácil, pois exige uma mudança de mentalidade geral e um mapeamento dinâmico de processos. Empresas realmente digitais, não aquelas que tem ferramentas digitais apenas na “ponta”, pensam no digital antes do off-line. Exemplo: temos um problema de um cliente para resolver, deve haver um aplicativo que pode resolve-lo. E se ainda não existe, então vamos cria-lo!
Nesse contexto, o planejamento e alocamento de budget (orçamento) é determinante na maneira como as empresas caminham nessa transformação digital. Veja abaixo dois tipos de mindset com relação aos investimentos de uma indústria:
Pensamento antigo – O investimento é sempre em áreas que já existem na empresa.
Pensamento novo – Áreas que ainda não existem merecem nossa atenção e investimentos!
A nova forma de pensar entende que, para inovar e estar cada vez mais conectada aos anseios e necessidades dos clientes, apostar em novas áreas e tecnologias é fundamental. Seja em estruturas, processos, maquinário, na área financeira, recursos humanos, compras ou no marketing, o digital é essencial para o crescimento e desenvolvimento das empresas do século XXI.