Estilos de liderança – como aplicar o que aprendi

Decidi contar um pouco sobre minha experiência, afinal são quase 35 anos em Recursos Humanos, muitos sucessos e algumas frustrações a serem compartilhados.

E como adoro falar sobre liderança, comecei a pensar em todos os chefes que tive na vida, e não foram poucos, vários estilos de liderança e como aplicar o que aprendi com cada um. Cada um com sua peculiaridade. Com todos aprendi muito, sobre o que fazer e também sobre o que não fazer e igualmente como líder tive alguns tropeços e muitas conquistas, com certeza algumas coisas decididamente não faria novamente e outras tantas repetiria muitas e muitas vezes.

Liderança, para cada experiência uma boa lição

A ideia não é teorizar sobre os estilos de liderança existentes, mas contar o que aprendi com cada líder com o qual trabalhei.

1. Dar oportunidades

Tive grandes oportunidades em minha carreira. Em meu primeiro emprego, fui aprovada em um processo seletivo para estágio por uma gerente, que me ensinou logo de cara, que oportunidades tem que ser dadas. A oportunidade foi dada para uma menina tímida, bicho do mato, sem experiência alguma. A percepção dessa gestora foi de que o esforço feito para superar essas “dificuldades”, durante o processo seletivo principalmente na fase de dinâmica de grupo, fez com que ela acreditasse no meu poder de superação. Resultado: efetivada com apenas 07 meses de estágio.

Mudei de área algumas vezes, em várias empresas, a convite de gestores que acreditaram em meu potencial. Fui aprovada em processo seletivo para posição de liderança sem nunca ter ocupado essa posição oficialmente antes.  Fui treinada para atividades que completavam as minhas com o objetivo de suceder outros gestores no futuro. Liderei projetos com grupos multifuncionais. Enfim sem esses líderes que proporcionaram uma gama enorme de oportunidades, talvez eu ainda estivesse fazendo as mesmas atividades do meu início de carreira, desmotivada e sem energia e, as empresas? As empresas teriam tido com certeza investimentos adicionais para contratar e adaptar novos profissionais ao invés de apostar no talento interno.

2. Ser amigável e parceiro

Nesse quesito tive trabalhei com mais de uma liderança. Líder que permanecia junto, até o último a ir embora, não importava o horário. Ficava ali, dando apoio moral o tempo todo, e digo dando apoio e não atrapalhando, pois já trabalhei com esse também… e não recomendo, muito faz quem não atrapalha!

Líder que te convida para almoçar, para conversar sobre qualquer coisa e não somente trabalho, que dá bom dia sincero, que briga por você quando sabe que vale a pena… tão simples.

3. Focar em metas, planejar, controlar e cobrar

Sabe aquele tipo de liderança que faz reunião semanal, estabelece metas, acompanha e ainda por cima cobra cumprimento de prazos e qualidade de trabalho, pois bem, trabalhei com um desses e gostei. Não há nada pior do que se sentir sem rumo ou ter aquela tarefa delegada que você não sabe por que está fazendo, já que ninguém quer saber se foi concluída ou não. Saber para onde ir, nos torna mais produtivos e motivados.

Só tenha cuidado com o exagero, excesso de cobranças e controles, não sufoque. Permita que cada um estabeleça seu ritmo (dentro do prazo estabelecido, obviamente), sua forma de trabalho, diga o que fazer e adapte-se às necessidades individuais. Um profissional experiente saberá como fazê-lo, um Junior, muito provavelmente, precisará de orientação próxima.

Existem técnicas e ferramentas que ajudam em como líderes podem cobrar a equipe com eficiência.

Mas e o que não fazer

Tanta coisa que fazemos sem perceber, mas estar atento e corrigir os erros assim que forem perceptíveis fará uma grande diferença.

Por força das circunstâncias já deleguei tarefas sem me preocupar com o perfil e as competências de cada um, acreditando estar fazendo o melhor para a empresa. Desastre total de liderança.

Já trabalhei com líderes que divulgavam procedimentos que não eram cumpridos. Como motivar alguém quando o discurso é diferente da prática? Reuniões intermináveis e sem sentido, delegações sem autonomia, decisões sem conhecimento de causa, ausência, coerção pelo poder, não cumprimento de promessas, desonestidade, e principalmente para essa última não há fato que justifique… e outras coisas mais, que transformam a maior das motivações em quase nada.

Falha universal, a falta de feedback, esse fator tão importante para crescermos e corrigirmos rotas. Não deixe isso acontecer com você também!

Para finalizar, o mais importante, a cereja do bolo, ser humilde para admitir que, algumas vezes, você pode não ter feito o seu melhor e agir rapidamente para reverter essa situação, investir no autoconhecimento e no autodesenvolvimento e tudo ficará mais simples.

Vamos conversar a respeito?

Sócia Diretora da Vértico Gestão Empresarial, executiva e consultora de RH, coach, psicóloga (Metodista), pós-graduada em gestão estratégica de negócios (FGV), gestão da qualidade total (FGV) e administração de recursos humanos (São Marcos). Especializações em liderança no Japão e em condução de grupos. Certificação internacional em extended DISC. Experiência nacional e internacional em projetos de RH. Atuação no RH e como executiva em empresas como C&A, Heublein, Sadia, Giesecke e Drevient (G&D) e Mercedes-Benz. Apaixonada por gente.