05 fatores que afetam a qualidade de vida no trabalho

Qualidade de vida no trabalho, muito se fala pouco se pratica. Felizmente já existem empresas que estão saindo da teoria para a prática, implantando ações que efetivamente fazem a diferença na qualidade de vida dos seus colaboradores e no tão desejado equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Um olhar a mais e é fácil perceber que investir na qualidade de vida dos colaboradores trará benefícios substanciais não somente a eles, mas para a empresa de forma geral. Um bom clima organizacional é essencial para a organização, uma vez que iniciativas que apoiam uma melhor qualidade de vidados colaboradores aumentam o nível de satisfação da equipe, diminuem a rotatividade, e elevam a produtividade geral. Em contrapartida o colaborador potencializa seu senso de identidade, fortalece vínculos de contato social, estimula a criatividade, a aprendizagem, e a busca de atividades que proporcionem uma sensação de realização e prazer.

Entretanto avaliar o efeito da vida profissional na qualidade geral de vida é uma questão complexa, pois muitos aspectos da atividade de uma pessoa devem ser levados em consideração. Em termos gerais, tanto a quantidade quanto a qualidade do emprego precisam ser consideradas e quanto mais holística for a abordagem, mais chances de sucesso: mente, corpo, espírito e emoções.

Entre os vários aspectos que influenciam a qualidade de vida no trabalho, vamos destacar nesse artigo a importância de estar atento à satisfação dos colaboradores, a um bom ambiente de trabalho, às recompensas financeiras e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Satisfação profissional

A satisfação no trabalho está relacionada com o nível de engajamento do colaborador com a organização, é a medida na qual se sentem apaixonados e colocam esforços em seu trabalho, estão comprometidos com a organização.  É o tipo de envolvimento que impulsiona o desempenho.

Segurança, adequação de atividades, autonomia, liberdade, valorização e reconhecimento são fatores importantes, mas não únicos de satisfação no ambiente de trabalho.

Estresse no local de trabalho

Estresse, burnout são palavras da moda. Ser capaz de entender suas causas e como evitá-lo é essencial para manter um ambiente saudável, positivo e manter os melhores talentos da equipe.

O estresse nada mais é do que uma reação a uma situação e não a situação real. Geralmente nos sentimos estressados ​​quando pensamos que as demandas da situação são maiores do que nossos recursos para lidar com ela, assim sendo, o estresse no trabalho ocorre quando as demandas de trabalho são maiores do que a capacidade percebida de atendimento dessas demandas.  Reduzir a sua incidência é imprescindível para manter o moral e a produtividade da equipe.

O estresse pode ter várias origens e ter impacto negativo tanto para os colaboradores quanto para a empresa. Algum nível de estresse é aceitável, o chamado estresse positivo, desafiante, motivacional, mas o excesso dele pode acarretar mudanças físicas e mentais comprometedoras.

Estudos comprovam que a carga de trabalho é a principal fonte de estresse, seguida por conflitos interpessoais, equilíbrio vida-trabalho e falta de segurança. E muito cuidado com o mito de que colaborador apaixonado pelo que faz é imune ao estresse, pesquisas comprovam que ele sofre desgaste sim e deixa sim a empresa por esse motivo.

Recompensa financeira

Não perca de vista o poder da recompensa financeira. Alguns dizem que salário não motiva, mas com certeza desmotiva.

Necessidades básicas precisam ser atendidas, Maslow já falava sobre isso há décadas. Quem quer trabalhar sem ser reconhecido e recompensado adequadamente?

A estrutura salarial da empresa deve ser justa e equitativa, equilibrada interna e externamente. Deve garantir salários e benefícios razoáveis para que os colaboradores possam manter um padrão de vida adequado.

Vale lembrar que todos devem ser reconhecidos pelo valor que agregam ao sucesso de uma organização. Colaboradores que são reconhecidos pelo valor que agregam têm mais probabilidade de ser motivados, leais,ter melhor desempenho, além disso, empresas melhores pagadoras conseguem atrair melhores profissionais do que aquelas que não possuem um pacote atrativo.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Trabalho, trabalho e mais trabalho. Há algum tempo se questiona o modelo rígido atual de trabalho e, o “novo normal” juntamente com os interesses das novas gerações trouxeramà tona a necessidade de revisitar conceitos e se estabelecer modelos alternativos e flexíveis.

O Home Office e a jornada flexível são os primeiros itens de desejos para se obter uma vida mais saudável, porém as necessidades não são comuns, e ouvir os interesses dos colaboradores e entender como adapta-los à realidade da empresa é essencial.

Ter uma equipe adequada à demanda, evitar horas extras, incentivar a pratica de atividades físicas e culturais já é um bom começo. Na medida do possível implantar horário flexível e trabalho remoto, evitando deslocamentos e utilização de espaços físicos desnecessários, fará muita diferença em termos de motivação e custo, além disso, a natureza agradece!

Ambiente de trabalho diverso e não tóxico

Respeito é a palavra chave. Respeito pelo ser humano, pelo profissional, pela história de cada um. Um ambiente sem espaço para ofensas, gritos, pressões desnecessárias, responsabilizações indevidas, assédios de qualquer tipo, racismo, no qual todos são gente como a gente, seres humanos iguais, pertencentes da mesma forma e com os mesmos direitos e deveres. Sonho, não? Realidade que deve ser perseguida incansavelmente. Alllivesmatter!

Reconhecer e recompensar esforços, manter um programa de bem estar, proporcionar condições adequadas de trabalho, respeitar horários de trabalho, intervalos entre jornadas e férias, garantir distribuição adequada de tarefas, possibilitar trabalho remoto, entre outras, são ações que com certeza farão pessoas mais saudáveis, felizes e produtivas.

Uma gestão humanizada e ações estratégicas de recursos humanos irão ajudar muito nessa jornada.

Sócia Diretora da Vértico Gestão Empresarial, executiva e consultora de RH, coach, psicóloga (Metodista), pós-graduada em gestão estratégica de negócios (FGV), gestão da qualidade total (FGV) e administração de recursos humanos (São Marcos). Especializações em liderança no Japão e em condução de grupos. Certificação internacional em extended DISC. Experiência nacional e internacional em projetos de RH. Atuação no RH e como executiva em empresas como C&A, Heublein, Sadia, Giesecke e Drevient (G&D) e Mercedes-Benz. Apaixonada por gente.